Thats bullshit and you know it!

- Thats bullshit and you know it!


 - Prólogo

Como toda adolescente brasileira que se preza e que tem um ou vários ídolos que não são daqui, tenho sonhos de ir morar fora, algum lugar frio de preferência, posso em teoria ser brasileira, mas carnaval, samba, pagode e feijoada não são comigo. Quero mesmo é dar o fora daqui, quem sabe um dia conhecer o mundo... O mundo não, agora meu foco é Londres.
Meu nome? .
Meu objetivo? Me formar em jornalismo.
Porque Londres? É Mcfly... você já deveria saber.
Como qualquer outra Mcfã leio fics e pra ser sincera, não consigo encarar o fato de que ao me mudar pra minha tão sonhada Landan (como Jones diz) irei encontrar os guys de ‘bobeira’ em alguma Starbucks e em seguida meu preferido cair de amores por mim. Quero Londres porque graças a eles me apaixonei por tudo que tem lá, o clima, as pessoas, os ingleses...
Se algum dia conseguir pelo menos uma foto com algum, pra mim é lucro. Segundo semestre desse ano me mudo definitivamente pra lá. Por sorte ou uma mensagem divina, eles vieram no primeiro semestre.
É maio você foi inesquecível.
Tentei ir em aeroporto, hotel e nada. Tive que me contentar com o show (e que show).
E com as entrevistas descobri que o Judd é apaixonado por paçoca! Se nada der certo na minha vida como jornalista lá, já sei o que vender nos sinais de Londres.
Malas prontas e é claro que não irei sozinha. Levo comigo mais 3 chaveirinhos e meio quilo de paçoca por precaução.
– 19 anos, futura jornalista assim como eu, nos conhecemos pela internet graças ao Mcfly e descobrimos que morávamos a alguns instantes, então nos tornamos melhores amigas, ela é agitada e totalmente maluca. O tipo de pessoa que você pode contar sempre que quiser fazer algo errado.
– 19 anos, futura dançarina e prestes a se formar em artes, o tipo de pessoa tranquila até pisarem no seu rabo, se é que me entendem. Ela é a mais agitada de todas nós e se tem farra, pode apostar que a ta dentro.
– 19 anos também, a futura publicitária da turma, totalmente antenada em tudo o que acontece no mundo dos famosos e a mais criativa de todas pra bolar coisas totalmente sem nexo. Se você quer saber se algum famoso está namorando ou não... pergunte a .
A animação era tanta, milhões de coisas pra arrumar, gente pra despedir, planos pra fazer que acabei me perdendo totalmente no tempo. Esqueci de salvar mais músicas no Ipod e quando me liguei só tinha todos os álbuns do Mcfly, algumas do ATL e meus tão amados garotos do Reino Unido... Os Beatles.
Tá, confesso que a primeira coisa que eu farei quando chegar em Londres é provar que todas as teorias das fanfics estão erradas, vou em uma Starbucks de bobeira ver se encontro quem sabe um Dougie Poynter, ou o Danny Jones, quem sabe até um Harry Judd ou meu querido Tom Fletcher.
Doze horas de viagem, caos no aeroporto, bunda doendo de tanto ficar sentada, enjoada de tanto ouvir as mesmas músicas... Londres, poderia ser só um pouco mais perto, querida? Minha bunda, paciência e meu cansaço agradeceriam.
Uma vida para pegar a bagagem, um século para me ligar que JÁ ESTAVA EM LONDRES e dez segundos pra começar a gritar feito louca com a , a e a .
- Londres? É você mesmo? – Fiz questão de dizer totalmente maravilhada.
- Não,, estamos na Índia, não tá vendo a Maya e o Raj passeando ali não, o lesada? – disse rindo da minha cara.
- O suas palermas, que mané Índia, estamos é no Marrocos, vou ali fazer amizade com minha amiga Jade, vou saber como tá o casamento com Sayid. – disse gargalhando alto o que fez com que todos desviassem a atenção pra nós.
- Marrocos? Índia? Só tá faltando vocês falarem que estamos em Pandora, mas ainda não vi nenhum troço azul ai parecido com avatar. – disse e como de costume, ficou séria após soltar mais uma de suas pérolas.
- Muito engraçadinhas vocês. - falei após dar uma risada sarcástica. - Dormiram com o Bozo ou com o elenco do Zorra total? – Disse em tom de reprovação.
Depois de muito tempo que nos ligamos que estávamos falando em português e num tom um pouco elevado se é que se me entendem. Praticamente todos os seres vivos (incluindo os avatares de Pandora que só a via) nos encaravam tipo:  ‘’Que que esse povo estranho e escandaloso tá falando?", e acreditem, eles tinham todos os motivos do mundo até mesmo para acharem que somos seres de outro planeta e mandar alguém da CIA vir buscar a gente - se é que a CIA captura ETS ou garotas estranhas, sei lá-.
O fato é que, quando fui dizer algo para minhas amigas que tinham visões de um mundo que eu não via, eu acabei me deparando com as portas do aeroporto, e por mais que eu quisesse entender por quê, meus pés me levaram para fora do aeroporto, me fazendo arrepiar quando o ar gelado da cidade tocou minha pele. Era isso, Londres estava mesmo ali, ou melhor, eu estava mesmo em Londres. Um frio na barriga me despertou, e era aquilo, minha vida estava começando ao lado de amigas com imaginação fértil, numa terra que eu sabia que meus ídolos habitavam, e se você acha que isso é o fim, te digo colega, aquilo ali era apenas o começo.


Capitulo 1.

Era dificil acreditar que eu estava ali, mais dificil ainda era acreditar no quanto aqueles táxis grandes que a gente sonha em pegar quando chegamos em Londres, fazem seus olhos saltarem das suas órbitas de tão caros, mas né, nem tudo são rosas em Londres. Já tinha pelo menos uns trinta minutos que estavamos naquele táxi, indo finalmente para o apartamento que nós três haviamos conseguido. Não era nada luxuoso, nenhuma mansão, muito menos
 palácio, era um apartamento nem grande, nem pequeno um tamanho digamos que aceitável. Aceitável para quatro garotas conseguirem transitar sem se estapearem sem querer. Ele era mobiliado e com cores totalmente neutras, tinha exatos 4 quartos, nenhum era suíte (combinamos isso pra não ocasionar eventuais brigas), eram apenas dois banheiros, já que somos em 4, vamos nos virar.
Nossa moradia foi o resultado de estágios, economias, finais de semana em casa pra economizar e trabalhar no Mc'donalds nas férias.( lê-se: sofrer vendo todas aquelas comidas perto de você e não poder comer por ficar com medo de não passar na porta depois). Quando o taxista parou na frente do nosso prédio, eu achei mesmo que ele estava me deixando no canto errado, porque, puta que me pariu, o lugar era... Como posso descrever? Hm, simples, acho que é menos pior.
- Tem certeza que é aqui, moço? - perguntou enquanto pagava a conta do taxi, mas, ele nem mesmo se deu ao trabalho de responder, já saindo correndo dali, como se ele fosse o demo vendo Jesus Cristo, só pra vocês entenderem como era... Simples, o lugar onde iriamos morar.
- Acho que ele tem sim. - respondeu, pegando suas malas, indo para dentro do hall do prédio fazendo com que nós a seguissimos. Dentro não era tão ruim, era limpo e pintado e tinha até uma arvorezinha, meio morta, mas tinha né.
- É menos pior que a vizinhança. - Assumi, enquanto subiamos as escadas em direção ao nosso apartamento.
Sabe aquela história de que em todos os lugares, menos no Brasil, os apartamentos, casas e afins, eram grandes? Bom, era real isso cara, e ali estavamos todas nós, jogando as malas no chão da sala que era perfeitamente bem arrumada. saiu correndo e se jogou no sofá, enquanto ia para a cozinha, deixando eu e paradas, uma olhando pra cara da outra com cara de quem perdeu alguma coisa. Decidi por fim, ir olhar o resto do apartamento, o que me fez chegar a conclusão de que eu precisava comprar alguma tinta para pintar as paredes, era tudo pálido demais.
- Já sabe qual quarto vai querer? - apareceu atrás de mim, e eu olhei pra ela, dando de ombros.
- Tanto faz, são todos iguais. - Respondi, caminhando pelo corredor extenso que tinha ali.
Percebi que todos tinham o mesmo modelo de armário, cama e cômoda. Realmente, a pessoa deve ter comprado tipo naquelas promoções de Casas Bahias, sabe? Tudo igual, pelo mesmo preço. Acabei entrando no ultimo quarto, a vista era mais vazia, e eu conseguia olhar pro céu sem nenhum prédio no meio.
- Ei, esquisita, - chamou, me fazendo olhá-la com sarcasmo ,  a fazendo rir – Eu vou comprar pizza em algum canto, quer vir junto, ou vai ficar aqui mesmo?
- Pode ir, quero arrumar minhas coisas, ligar pra minha mãe, senão já viu, vai achar que fui presa por algum grupo maluco que quer me vender, sabe como é. – Falei, indo até a sala para pegar minha mala.
- Eu vou contigo, , tô a fim de saber como é esse lugar, afinal, teremos que nos acostumar com isso daqui, por um longo tempo! – disse, me fazendo suspirar e puxar minha mala até o quarto.
Joguei-a na cama, e logo liguei meu ipod, ouvindo as músicas dele, enquanto colocava tudo no armário, o que não demorou muito, mas me fez pensar. Pensar que se eu estivesse
mesmo vivendo uma fic, essa hora eu estaria pensando que preciso de compras e que eu iria fazê-las amanhã mesmo, mas no meu caso, vou sentar minha bunda na cama, e torcer pra poder começar a trabalhar logo. Ótimo, isso me lembra que eu preciso ir em alguma lan house imprimir emails, e torcer pra que tudo acabe dando certo no final das contas.
Se novamente, eu estivesse em uma fic, eu teria um pressentimento de que minha vida iria virar de ponta cabeça, mas, a única coisa que eu sentia no momento, era fome, uma fome absurda mesmo.
Depois de assimilar todas as informações, ri sozinha lembrando das madrugadas em que no tédio eu lia fanfics. Pois é, sempre fui iludida, porque nas historinhas virtuais o que tecnicamente deveria me aguardar deveria ser uma mansão com suítes, vizinhança bonita, riqueza, luxo e poder.. e cá estou eu sem saber ao certo em que furada vim me meter,
sem saber andar aqui e o pior, sem o que toda garota principal de fanfic tem, um emprego certo em uma Starbucks.
Porque em qualquer fic que já li acontece sempre assim: Você chega numa Starbucks, fala "oi" e já está empregada e provavelmente seu patrão já confia o suficiente em você pra sair e te deixar sozinha fechando a loja. Minha vida está longe de ser perfeita, a única coisa boa que tenho no momento é que estou em Londres, respirando o mesmo ar que o Dougie, quem sabe algum dia eu não encontro ele de bobeira nesse buraco que eu chamo de bairro?
Enquanto eu não estou com a vida ganha, o melhor é criar vergonha na cara e ir procurar um emprego, primeira parada: Starbucks.






Capítulo 2.

Descobri que existe uma Starbucks aqui por perto (é acredite, esse bairro morto onde eu moro tem Starbucks), então como eu sei que em toda a fanfic um emprego lá e garantido, porque não tentar a sorte?

Enquanto as meninas decidiram ficar em casa e esperar um tempo até correr atrás de emprego, decidi que a primeira coisa que eu iria fazer seria isso.
Acordei mais ou menos umas 7 horas, tomei banho e tratei de ficar apresentável.... ao sair do banho me deparo com a a cara do sono e da fadiga me olhando com cara de assustada.
- Tomando banho cedo? Já ta arrumada? 2012 bateu na porta e eu não estou sabendo? - Ela disse me encarando.
- Olha, não tô com a vida ganha não viu? Darei um jeito de arrumar uma fonte de renda aqui porque se depender de vocês acabaremos vendendo paçoca nos sinais de Londres, e eu realmente gosto de paçocas.. quero COMER e não vender. Ou até quem sabe... negociar com Harry Judd por coisas hum..... você me entende. - Pisquei para ela.
- Hahaha se contenta com o seu Dougie porque caso a gente esbarre com o Sr. Paçoca por ai, ele é meu ok? Ah e só uma dica, se você quer sair e se manter em pé pra arrumar algum emprego... vá na janela e faça fotossíntese pra adquirir energia, porque se você não se lembra... ontem só compramos pizza, nem água tem nessa casa.
- PQP E VOCÊS LINDAS SÓ COMPRARAM PIZZA? Tá eu me viro por aqui. - Revirei os olhos em reprovação
Por sorte me lembrei dos milhões de pacotinhos de amendoim que as empresas aéreas nos entregam e como não sei fazer fotossíntese ainda, é melhor me contentar com isso mesmo.
Recapitulando objetivos: Chegar linda, bela e apresentável, provavelmente o supervisor de lá será bonito, gente boa e simpático e me ajudará caso eu tenha problemas amorosos, poderei até quem sabe tomar café da manhã de graça, porque é obvio que serei contratada de primeira e de primeira também saberei fazer todas as minhas funções sem qualquer tipo de supervisão.Me deparei olhando para o espelho e falando sozinha, respiro fundo e ai então me lembro...- Como andar em Londres se eu nem conheço NADA?
Não tá fácil, eu tenho que comprar tanta coisa... comida, água, comida, guia, comida, pô, isso é o que? Um sinal de Deus me mandando parar de vagabundar ou me dizendo “toma, quem mandou não guardar um pouco mais?”
No fim, dei sorte que tinha achado um mapa velho, quase despedaçado dentro da cômoda dela, e me entregou, o que me ajudou a pelo menos chegar na esquina. A Starbucks que eu encontrei ficava a quatro quadras do meu apartamento e quando entrei ali, sentindo aquele cheirinho de café, logo lembrei de todas as Starbucks que havia lido em fics... Cara, aquela é mil vezes melhor. Limpa, linda, verde e quentinha.
Ao entrar notei que não havia muita gente ainda, o que já era esperado porque naquele lugar.. encontrar duas pessoas seria quase uma multidão, cheguei até a olhar e encarar os rostos mas nada de nenhum Dougie, Danny, Tom ou Harry por lá. Notei uma senhora que aparentava ter uns 50 anos e ser bastante ranzinza e possuía um crachá que indicava que ela era a supervisora - Lá se foi o primeiro tabu de que seria um gato com um sorriso de dar inveja e um extremo bom humor.
 - Olá, bom dia meu nome é e eu gostaria de falar com você er .. - demorei a entender que o nome no crachá dela dizia Jullie - Jullie, pra saber se vocês tem alguma vaga de emprego, me mudei pra Londres e estou apta a fazer qualquer tipo de serviço aqui, caso precise.
A Sra. Educação Julie me olhou de cima a baixo e depois de pigarrear e arquear a sobrancelha me respondeu.
- Queridinha, sem querer ser mal educada mas acho que nesse bairro TÃO movimentado - fez questão de dizer em tom irônico - não precisamos de muitas pessoas aqui, eu e o Paul - apontou para um rapaz com um rodo na mão que varria a entrada - somos suficientes.Nisso, ela saiu, me deixando ali, com cara de tacho.
- Valeu ein. – Me virei pra sair da loja, e acabei esbarrando num treco cheio de jornais, que me deu um sinal. Peguei um jornal e li os anúncios de emprego, e era isso, Deus estava finalmente me dando uma mãozinha.
Tá mas um item pra eu anotar na minha listinha de mentiras das fanfics, nada de chefe bonitão, nada de emprego garantido... só uma velha mal humorada.
Não sei ao certo o que fazer, acabei de ler um anuncio de uma revista procurando por jornalistas para estagiar... unindo o útil ao agradável? Tá que é uma revista de fofoca, e falar da vida dos outros não é comigo, sempre quis muito escrever sobre livros, resenhas, música, me entendem né? Fofoca é coisa da , mas quem não tem cão, caça com raquete.. é isso mesmo, raquete! Não consigo imaginar gatinhos lindos como o Marvin caçando por ai.
Depois de muito custo e de praticamente ficar perdida em Londres cheguei ao destino... um lugar um tanto quanto peculiar, assim como o nome da revista : LMFAO, isso mesmo!Sugestivo? Demais! Mas gostei do estilo deles, são um tipo de revista 'troll' que está fazendo sucesso. Suas perguntas são inovadoras e sem essa de 'qual sua comida preferida?' 'se não fossem músicos o que seriam?'.. e pelo que procurei saber eles estão cada dia mais famosos.
Ao entrar me deparei com uma moça loira, extremamente sorridente que logo dirigiu-se a mim e disse:
- Ola, me chamo Andie Richers em que posso ajudar? - com um sorriso de dar inveja!
- Olá, me chamo estou aqui porque vi o anúncio no jornal, como precisam de estagiários e estou a procura de emprego, pensei tentar a sorte. - E sorri sem graça.
Tentar a sorte? Aonde eu meu senso foi parar? Tá mas agora a merda já ta feita.
- Ah sim, você veio por causa do anúncio... - Ela disse me dando aquela olhada de cima a baixo que deixa qualquer pessoa nos nervos - Pois bem, quantos anos você tem? Qual a sua experiência no ramo jornalístico? O que sabe sobre o estilo da nossa revista e principalmente... você sabe o que é ser troll?
Aquela mulher achava que estava falando com quem? Eu tenho anos na arte da trollação com a , a  e principalmente com a , ela estava falando com A trolladora certa.
- Sim, eu tenho 19 anos, minha experiência foi ter sido a jornalista e revisora de todo o jornal da minha escola desde a sétima série até o terceiro colegial, sim, li sobre a revista a caminho daqui e acredite, eu entendo perfeitamente bem o que é ser uma troll. - Ok, a parte de tanto tempo no jornal da escola era uma mentira da mais deslavada o possível, mas aí, foda-se, ela não me conhece mesmo.
- Pois bem, vejo que até a língua afiada a senhorita já tem. Infelizmente sua mísera experiência com jornal escolar não será muito eficiente. Tem noção de quantos novatos aparecem por aqui? Pois bem, deixe seu telefone conosco e seu nome também. Se nos interessarmos entraremos em contato e se não se importa... tenho uma reunião importante agora. - Ela disse apontando para a porta com toda a sutileza disfarçada de grosseria no olhar e nos gestos.
 Lembra aquele papo do sorriso invejável? Pois bem, ele fica pior que sorriso de gente desdentada quando ela começa a falar de tão nojenta que essa talzinha é. Se ela acha que isso foi ter a língua afiada, deixa ela me conhecer melhor pra ver. Passei meus dados pra ela, olhando bem pra porcaria de ficha que ela estava fazendo pra ver se ela estava escrevendo tudo exatamente certo. Confesso que custei pra lembrar o endereço da minha nova rua, mas ei, nada que um pouco de esforço não ajude. Mentira, é que eu tinha anotado em um papel e acabei lembrando, enfim, né.
Depois de um dia cansativo e definitivamente nada produtivo decidi voltar pra casa e contar pras meninas meu projeto falho de tentar arrumar um emprego. No caminho de volta ao casulo (lê-se casa) notei um outdoor peculiar com quatro garotos que eu reconheceria até do avesso. Em dois dias eles fariam um show perto daquele abismo que eu chamo de casa... quem me dera ter dinheiro para ir em algum né?
No caminho de casa ouço ruídos estranhos dentro de mim, é você tá com fome. – Espero que as meninas tenham feito o favor de ir ao supermercado e comprado algo comestível... não sei quanto tempo o estoque de amendoim da viagem durará.
Viver de amendoim pode sustentar alguém? Acho que não, senão, eu estaria bem agora. Fala sério, não se faz mais comida como antigamente.
Abri a porta de casa, e levei um soco no estômago quando senti o cheiro entrando pelas minhas narinas. Comida. Isso mesmo, c-o-m-i-d-a.
- Nossa, mas você chega a estar verde de tanto que encara essa cozinha, , pelo amor! -  falou, sentada no sofá, enquanto olhava pra minha cara. Pra vocês verem meus estado de desespero, eu cheguei pra JANTA, é, e eu estou com tanta fome que nem mesmo percebi que estava encarando as costas da  que estava cozinhando. Doente, eu? Só se for doente de fome.  olhou pra mim com seu habitual sorriso, dizendo:
- Relaxa aí, mais alguns minutos e eu chamo vocês pra comer! - Obrigada senhor porque pelo menos uma das minhas amigas sabe fazer mais do que miojo com pózinho.
Me joguei no sofá ao lado da que torceu o nariz pra mim, tampou o nariz com os dedos e balançou a mão no ar.
- Olha, sei que estamos na Inglaterra e que muitos europeus fazem racionamento de água, mas pelo amor de Deus, seu corpo precisa de um encontro, e quando digo encontro, não é com um membro de outro sexo, é com a esponja e o sabonete! - disse na forma mais amável possível. Sintam minha ironia.
- Olha só, dona limpinha, se eu não fosse acabar com nosso próprio Pudd, eu juro que matava a senhora! Mas, como estou cansada e com fome, vou tomar banho que aí, já como e já durmo! - Falei me levantando do sofá
- Bem típico daquelas gatas gordas, comem e dormem! -   que surgiu no corredor de pijama, disse bem educadamente.
- Não mando você ir praquele lugar apenas porque de trollação por hoje, já deixei em uma entrevista. - Sai arrastando a bolsa, deixando as duas com cara de "WTF?".
Fiquei um bom tempo conversando com as meninas na sala contando minhas aventuras do dia, e quando dei por mim, já eram duas da manhã e eu precisava dormir porque eu tinha empregos para procurar no dia seguinte. Me levantei do sofá, botei o prato na pia e fui indo pro quarto, até que deu um berro, me fazendo olhar pra ela que apontava pra tv.
_ TO-TO-TO...- Ela tentava dizer mas não conseguia. e saíram de seus respectivos quartos e vieram ver o que acontecia.
- Tá tá tá com o que menina? - disse, com uma sobrancelha levantada.
- Não tô com nada cacete, é o TOM! - Ela apontou pra tv de novo quando ele reapareceu e levantou do sofá, e nós três que estávamos no corredor, corremos pra frente da tv. Ia começar a reprise do McFLY On The Wall naquela quarta feira.
Então gritou: Corre vai fazer a pipoca pra a gente assistir, anda vai!
gargalhou muito alto e encarou respondendo: - Primeiro... você acha que eu vou levantar daqui pra fazer pipoca e perder o Tom? NUNCA! E segundo.. esqueceu que a gente não tem nem arroz, você tá querendo pipoca? Não ta folgadinha demais não?
Confesso que tentei assistir o episódio todo de olhos abertos, mas a leseira era tanta que fui dominada por uma coisa chamada sono. A me acordou delicadamente (lê-se: na base da porrada) dizendo: Vamos Bela Adormecida, caça o caminho da roça logo porque eu não sou príncipe pra te levar pra cama não, muito menos Dougie Poynter.
- Hahaha muito engraçadinha você, aprendeu a fazer piadas com o Danny foi? Pensei que você fosse Judd .
- E eu sou, mas e que de madrugada ninguém e de ninguém ai eu encarno um Danny Jones sabe como é.
- Ok , obrigada pela delicadeza.. agora vou para os meus aposentos ter o meu sono de beleza porque amanhã vou em busca de emprego de novo, sabe como é.. não vim pra Londres pra virar Bruna Surfistinha e nem sou mãe de santo pra adivinhar os números da loteria.
- Err então - disse me olhando com uma cara um tanto quanto enigmática.
- Você me chamando de , que que vai pedir dessa vez? – Respondi desconfiada.
- Credo sua grossa, eu só queria saber se amanhã posso procurar emprego com você!Sabe como é, não nasci pra ser pobre né? E quem sabe talvez comigo, com meu charme e simpatia as coisas não se tornem mais fáceis? - me disse sorridente.
- Ah, resolveu parar de vagabundar né ? Pois bem, acorde cedo amanhã e iremos procurar emprego. Graças a Deus alguém iluminou sua cabeça porque eu não gosto de amiga pobre e essas outras duas ai vão esperar dinheiro cair do céu porque folgadas do jeito que são...
- Credo , deixa elas... e você já tem alguma idéia de aonde vamos procurar emprego amanhã? Já que a Starbucks não deu certo?
- Tenho sim, amanhã vamos a H&M. – Respondi confiante.
- H&M aquela loja de departamentos? Credo ... não sai no Brasil pra vir pra cá trabalhar numa C&A melhorada. - Me disse com cara de nojo.
- Pois é , eu acho que não estamos em posição de escolher nada, o que vier e SE vier algo, é lucro. Caso não gostou da opção, pode refletir sobre a possibilidade de virar uma Bruna Surfistinha internacional!
- Credo nem fala isso, vamos dormir e amanhã usarei todo meu charme pra conseguir alguma coisa. Boa noite.
Não sei o que me aguarda amanhã... realmente espero que seja algo bom, chega dessa maré de azar. Se não der certo amanhã só uma observação pra eu não me esquecer: Procurar um pai de santo. Porque ai vou começar a achar que é encosto.


7 comentários:

  1. AMEIIIIIII!!!! preciso de att urgentes

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  2. ahhhh realmente muuuuito boa a sua fic!!! quero só ver aonde isso vai dar, eim...
    afinal, tbm sou Poynter. hahahahahah

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  3. hahahahah LMFAO ameiii revista de trollação!!!

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  4. aaaaah adorei Thai!
    tá muito legal!
    esperando o próximo capitulo!

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  5. naaaaaaaaaaaaa way! que foda essa fic, AUHEUHAUEHAUHEUAH quero att :D
    xxx

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